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2012 - Livro Vermelho 2013

Ocotea lancifolia (Schott) Mez LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 02-04-2012

Criterio:

Avaliador: Maria Marta V. de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécieé considerada comum e ocorre em diversas regiões do Brasil com EOO de2.469.896,6 km², inclusive em unidades de conservação (SNUC).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Ocotea lancifolia (Schott) Mez;

Família: Lauraceae

Sinônimos:

  • > Ocotea variabilis ;
  • > Ocotea lanceolata ;
  • > Ocotea regeliana ;
  • > Ocotea cantareirae ;
  • > Ocotea inconspicua ;
  • > Oreodaphne regeliana ;
  • > Strychnodaphne lanceolata ;
  • > Oreodaphne lancifolia ;
  • > Nectandra stenophylla ;
  • > Persea lancifolia ;
  • > Ocotea schottii ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Ocotealancifolia caracteriza-sepelas folhas cartáceas, estreitamente lanceoladas ou estreitamente elípticas,flores com tépalas reflexas, as masculinas com pistilóide desenvolvido, pilosoou glabrescente e por frutos elipsóides sobre cúpula pateliforme de margemdupla (Quinet, 2008). De acordo com Rohwer (1986), Ocotea lancifolia s.l. é umadas espécies mais variáveis dentro do gênero e ao mesmo tempo bem coletada. Nomespopulares: "canela-sabão" (Moraes, 2005), "canela-pilosa" (Lopes; Guterres, 2011).

Potêncial valor econômico

Ocotea lancifolia éutilizada pela medicina popular como antiparasitária, anti-reumática, contraabscessos e depurativa. São descritos por outros autores a atividade do extratodessa planta sobre a forma promastigota da Leishmania e do Trypanosama cruzi (Lopes;Guterres, 2011).

Dados populacionais

Espécieconsiderara comum em Mata Atlântica pela forma de Rabinowitz (Caiafa; Martins,2010). França; Stehmann (2004) encontraram 125 ind. (DA: 167 ind./ha) em florestaMontana de Camanducaia, MinasGerais sendo a espécie com maior valor de importância na comunidade estudada, essaespécie representou 8,3% de todas as árvores amostradas, com área basalequivale a aproximadamente 30% do total. Teixeira et al. (2011) amostraram 10ind. em floresta alagável da Estação Ecológica de Itirapina, SP. Em uma área deFloresta Ombrófila Mista, Nova Prata, RS, Nascimento et al. (2001) registraram2 ind./ha. Foram amostrados 20 ind. na mata montana, na Serra Negra, Rio Preto,MG (Valente et al., 2011). Amostrado um ind. no Município de Cristais Paulista,SP (Teixeira ; Assis, 2009). Em uma Floresta Estacional Decidual, SantaTereza, RS, foram encontrados dois ind. (Vaccaro et al., 1999). Foram registrados41 ind. em Cerrado sensu stricto de Minas Gerais (Scolforo, 2008). Foiregistrado um ind. em mata paludícola, em Ribeirão Preto, SP (Kotchetkoff-Henriqueset al., 2005). Rosário (2001) registrou dois ind. em Floresta Nacional SãoFrancisco de Paula, RS. Teixeira (2008) registrou 10 ind. emItirapina, SP.

Distribuição

Ocorre nos Estados de Tocantins, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Quinet et al., 2011).

Ecologia

Árvore de até 20 m.alt., dióica, ramos glabrescentes ou áureo-tomentosos. Folhas alternas; lâmina cartácea, estreitamente elíptica ou estreitamentelanceolada. Inflorescênciaaxilar e terminal, panícula. Flores diclinas,tépalas face ventral áureo-tomentosa a glabrescente, face dorsaláureo-tomentosa. Fruto bacáceoelipsóide, sobre cúpula, pateliforme de margem dupla. Floração: fevereiro, abril e junho; frutificação: janeiro, maio ejulho (Quinet, 2008). Ocorre em áreas de Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) (Quinet et al., 2011) em altitudes de 800 a 1.600 m (Moraes, 2005). Espécie zoocórica,secundária tardia (Ribeiro et al., 2007).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Floresta Atlânticaé o ecossistema brasileiro que mais sofreu com a insensata destruição causadapelo homem. São cinco séculos de ocupação que a reduziram a pequenas manchasque se concentram nas regiões Sul/Sudeste, restando, hoje, um pouco mais que 7%de toda sua cobertura original. As principais causas para esta drástica reduçãosão: o extrativismo; a expansão das culturas (de cana-de-açucar, do café, docacau, da banana), expansão das fronteiras agropecuárias e a urbanização semcontrole com a especulação imobiliária (Cofani-Nunes; Weissenberg, 2010).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre em áreas protegidas como: Estação Ecológica de Itirapina, SP (Teixeira et al., 2011); ReservaParticular do Patrimônio Natural Centro de Ecologia e Cidadania Tinguá, ReservaBiológica do Tinguá, Nova Iguaçu, RJ (Sobrinho et al., 2010); Floresta NacionalSão Francisco de Paula, RS (Rosário, 2001); Parque Natural Municipal São Franciscode Assis, Blumenau, SC (Ghodosi, 2005); Parque Nacional da Tijuca, RJ(Matos, 2007) e Reserva Biológica União, RJ (Prieto, 2008).

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista Vermelha da Flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Considerada "Rara" (RR) pela Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinçãono Estado do Paraná (SEMA/GTZ-PR,1995).

Usos

Referências

- MORAES, P. L. R.D. Sinopse das Lauráceas nos Estados de Goiás e Tocantins, Brasil. Biota Neotropica, v. 5, n. 2, p. 1-18, 2005.

- SCOLFORO, J.A.A. Caracteríticas e Produção das Fisionomias do Cerrado em Minas Gerais. In: ANDRADE, G.A. Savanas: desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. p.505, 2008.

- QUINET, A. O Gênero Ocotea Aubl. (Lauraceae) no Sudeste do Brasil. Tese de doutorado. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.

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- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.

Como citar

CNCFlora. Ocotea lancifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Ocotea lancifolia>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 02/04/2012 - 13:44:17